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MOFOS ASSASSINOS


Uma crônica medicinal de terror bolável


Tudo começou com Léo. Paciente da ABPCM, cultivador dedicado, budólogo nas horas vagas e orgulhoso proprietário de um armário de curing mais caro que a própria geladeira.



Naquela manhã, Léo se deparou com um bud que parecia ter saído direto de uma capa da High Times: denso, aromático, coberto de tricomas reluzentes, com aquele cheiro de “isso vai dar certo”. Sem hesitar, colocou a flor no pote hermético, junto de um sachê de Boveda 62, fechou com carinho e pensou:

— Agora é só esperar o cure fazer a mágica.


Só que a mágica que veio não foi bem aquela que ele esperava.


Três dias depois, Léo abriu o pote e foi surpreendido por uma névoa densa que parecia ter saído de um show do Pink Floyd. De dentro do bud surgiram… olhos. E braços. E dentes.


Era MOFO. Mas não qualquer mofo. Era mofo com ambição. Mofo com atitude. Mofo com sede de vingança.


Rapidamente, os mofos se espalharam. Fugiram do pote, atravessaram a estante, dominaram o microondas e, em questão de horas, estavam pelas ruas de São Paulo gritando esporos em tom de guerra:


“HUMANOS NOS CURARAM DEMAIS!”


Os jornais noticiavam em pânico:


“Mofo mutante ataca growshops e faz reféns em headshops!”
“Planta medicinal vira apocalipse fúngico!”
“Fuma ou corre: especialistas divididos.”

Enquanto a cidade mergulhava no caos e o Ministério da Saúde cogitava recomendar vinagre como arma letal, um grupo de pacientes corajosos se ergueu — unidos por um propósito maior, uma seda bem fina e uma seda reserva.


Os Boladores da Resistência.


Liderados por Léo (que agora usava um balde de curing como capacete e uma colher de dichavar como espada), eles enfrentaram os mofos com o único método eficaz: enchendo o pulmão e soltando a fumaça direto na cara dos monstros.


— “Não é ofensivo se a gente curar eles na marra”, dizia Léo, enquanto bolava um canhão de mofo nível Godzilla.


Os mofos, inicialmente resistentes, começaram a ficar… tranquilos. Seus gritos se tornaram risadinhas. Alguns até dançavam reggae. Em poucas horas, o terror se transformou em paz. A cidade inteira estava envolta numa nuvem densa, aromática, e levemente terapêutica.


Léo olhou para o pote agora vazio.

— “Sobreviveu o mais adaptado”, disse, dando um tapinha carinhoso no grinder.

— “Darwin, se tu tivesse um bong, entenderia.”



Baseado em esporos reais. Qualquer semelhança com buds vivos ou bolados é pura combustão.




🔬 Adendo Científico (com amor e tricomas):


Apesar dos mofos assassinos dessa crônica serem obra da imaginação canábica coletiva (e talvez de um baseado forte demais), mofo real é coisa séria, galera!


Depois da colheita, mesmo com o bud seco e desidratado, o mofo ainda pode aparecer — e o vilão nem precisa de superpoderes:


🌀 Ventilação ruim +

💧 Umidade acima de 50% +

🍃 Bud ainda “verde” internamente =

🤢 Receita perfeita pro apocalipse esporento.


Durante o processo de cura, o controle da umidade interna é essencial. Se você lacrar um pote hermético com flores ainda úmidas e sem monitorar os níveis de umidade, o mofo vai dar um jeitinho de aparecer — sorrateiro, peludo, e com um leve cheiro de tragédia.


🌡️ Use um higrômetro.

🧂 Tenha paciência.

💨 Faça o “burping” (abrir o pote de vez em quando pra ventilar) nos primeiros dias.

🚫 E lembre-se: Boveda não faz milagre se o bud já entrou molhado!


Cuidem da cura como cuidam do isqueiro no rolê: com zelo.

Bud bem curado = sabor, potência e nenhum monstrinho indesejado.


Abraços bolantes e sem fungo! 🍁💨

 
 
 

1 Comment


Hahahhahahha. Muito boa a história e a dica. Obrigado, queridos.

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