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THC e o Tratamento das Doenças Autoimunes: O Que Diz a Ciência Brasileira

O uso medicinal da cannabis, especialmente do tetrahidrocanabinol (THC), está cada vez mais no centro das discussões científicas e sociais. Muito além dos efeitos recreativos, o THC apresenta propriedades terapêuticas valiosas, sobretudo no manejo de doenças autoimunes, onde o próprio sistema imunológico do corpo ataca tecidos saudáveis, causando dor, inflamação e danos progressivos.


Um estudo brasileiro recente, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), revisou as evidências científicas sobre o potencial terapêutico da cannabis, especialmente o THC, no tratamento de doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e doença de Crohn.





Como o THC atua no sistema imunológico?


O THC interage principalmente com os receptores canabinóides CB1 e CB2. Enquanto o CB1 é abundante no sistema nervoso central e está relacionado aos efeitos psicoativos da substância, o CB2 está mais associado ao sistema imunológico.


A ativação do CB2 pelo THC promove efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores, regulando a atividade exacerbada do sistema imune que caracteriza as doenças autoimunes. Além disso, o THC pode induzir a apoptose (morte programada) de células imunes hiperativadas, reduzindo a inflamação sistêmica.



Principais doenças autoimunes e o papel do THC


Esclerose Múltipla (EM)

O THC tem sido utilizado para aliviar sintomas como rigidez muscular (espasticidade), dor neuropática e espasmos, melhorando a qualidade de vida de pessoas com EM.


Artrite Reumatoide (AR)

Estudos sugerem que o THC pode ajudar a reduzir a inflamação articular, além de atuar como analgésico natural, diminuindo a necessidade de medicamentos mais agressivos, como corticoides.


Doença de Crohn

Pacientes com Crohn podem se beneficiar das propriedades anti-inflamatórias do THC, que ajudam a reduzir episódios de diarreia, dor abdominal e a necessidade de intervenções cirúrgicas.


Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Embora as pesquisas ainda sejam iniciais, há indícios de que o THC pode reduzir processos inflamatórios e autoagressivos típicos do LES, contribuindo para o controle dos surtos da doença.



Benefícios e desafios do uso do THC nas doenças autoimunes


Benefícios:


  • Redução da inflamação crônica.

  • Controle de sintomas como dor, rigidez e fadiga.

  • Possibilidade de diminuir o uso de imunossupressores com efeitos colaterais severos.



Desafios:


  • Definição de dosagens terapêuticas seguras.

  • Monitoramento dos efeitos psicoativos.

  • Barreiras legais e culturais em relação ao uso medicinal da cannabis.




O que dizem os pesquisadores?


Os autores do estudo enfatizam que, apesar das evidências promissoras, é necessário mais investimento em pesquisas clínicas rigorosas para confirmar a eficácia e a segurança do THC no tratamento das doenças autoimunes.


Eles também defendem uma abordagem individualizada e multidisciplinar, considerando a complexidade do sistema imunológico e a variabilidade da resposta dos pacientes ao tratamento com canabinoides.



Conclusão: esperança e responsabilidade


O THC surge como uma alternativa terapêutica interessante para o tratamento de doenças autoimunes, com potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida de muitos pacientes. No entanto, seu uso deve ser sempre prescrito e acompanhado por profissionais de saúde, dentro do marco regulatório vigente.


O avanço da ciência brasileira nesse campo é fundamental para reduzir preconceitos, informar a população e garantir o acesso seguro e ético à cannabis medicinal.



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